domingo, 5 de outubro de 2008

Forte, consistente, vivo: o São Paulo quer o título


Durante a semana que antecedeu o confronto entre Ipatinga e São Paulo muito se falou sobre o esquema de jogo que Muricy Ramalho iria adotar na partida contra o clube mineiro.

Sem poder contar com Dagoberto, suspenso, o treinador são-paulino tinha duas opções: manter Joílson na ala ou escalar o centroavante André Lima ao lado de Borges no ataque, deslocando Zé Luís para o lado direito.


A decisão foi pela manutenção de Joílson na equipe, rotulada por muitos comentaristas e jornalistas como uma formação retranqueira e pouco corajosa, já que Borges estaria isolado no ataque, apesar de Hugo poder jogar mais adiantado.


Ao contrário do que se especulou, Hugo não foi atacante e o São Paulo não marcou sob pressão, a famosa “marcação da saída de bola do adversário”. Não foram raras as vezes em que se viu o Tricolor marcando a partir de sua metade do campo.


Isso poderia (ou poderá) render julgamentos do tipo “Pô, como pode jogar recuado contra o quase rebaixado Ipatinga!”, dentre outras falas semelhantes que seriam (ou serão) ditas pelos fervorosos críticos de Muricy.



O que ninguém poderá ter visto foi a necessidade de se jogar dessa maneira. Isso é tática. Não existe ‘pequeno x grande’, existe ganhar o jogo. E o São Paulo ganhou com méritos, porque viu o Ipatinga apertando a marcação no 1º tempo, tendo no lateral-direito Marcio Gabriel a válvula de escape. Quando o jogador do Ipatinga passou pelo Jorge Wagner, tinha lá um dedicado Hugo para atrapalhá-lo.



Ofensivamente, porém, viu-se um São Paulo atacando em bloco com seus principais jogadores de meio-de-campo – Joílson, Jean, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner – mais o Borges. Quando questionado sobre a idéia de isolar Borges no ataque, Muricy logo afirmou que Hernanes e Jean funcionariam como meias em seu esquema.


Dessa forma, a aproximação ao ataque do meio-de-campo tricolor ocorreu sim e foi impressionante como Borges foi efetivo: protegeu bola como poucos e criou grandes chances de gol preparando jogadas, inclusive a do gol do jovem Jean aos 4’ do 1º tempo. O Ipatinga, aos 15’, empatou em cobrança de pênalti de Adeílson, que renovou os ânimos da corajosa equipe mineira que incomodou sem muita objetividade o Tricolor, até o gol de falta do zagueiro Rodrigo restando poucos minutos para o intervalo.


Na 2ª etapa, vendo sua equipe atrás no placar, Marcio Bittencourt resolveu pôr o seu time à frente com um monte de atacantes. Assim, o meio-de-campo do Tricolor sobressaiu-se nos contra-ataques, com Hernanes, que até então estava apagadíssimo, se tornando cérebro da equipe e distribuindo jogadas para os alas, tendo liberdade para finalizar e tornar a aproximação ao ataque mais aguda, evidenciando isso no pênalti sofrido por ele e convertido por Jorge Wagner aos 31’.



Resultado final, com méritos: Ipatinga 1x3 São Paulo. Contra o modesto, porém perigoso, Ipatinga que ofereceu resistência, a leitura tática de Muricy Ramalho sobre a forma de jogar do adversário mineiro ajudou na vitória e coloca – mais do que nunca – o Tricolor na briga pelo tricampeonato.

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